Roberto Rocha: O Tucano da discórdia

Ed Wilson Araújo – O PSDB nacional vive o mesmo dilema dos tucanos do Maranhão: o apego aos cargos nos governos Michel Temer (PMDB) e Flávio Dino (PCdoB).

Os tucanos que derrubaram Dilma Roussef sob o argumento de que o PT é uma organização criminosa são os mesmos que se lambuzam nos ministérios do “quadrilhão” do PMDB.

Pois este mesmo PSDB, avesso ao petismo e ao comunismo, não desapega do Palácio dos Leões, mesmo sob a tutela do governador Flávio Dino, maior advogado de Lula e Dilma.

Com dois cargos de peso na administração comunista, a vice-governadoria (Carlos Brandão) e a Secretaria de Desenvolvimento Social (Neto Evangelista), fora os penduricalhos, os tucanos vivem agora um dilema – a filiação do senador Roberto Rocha.

Ele tentou se viabilizar pelo PSB, mas foi defenestrado pela direção nacional socialista e buscou abrigo no tucanato.

Anunciada para o dia 26 de novembro, esta filiação pode levar a dois caminhos: 1) ruptura do PSDB com o governo Flávio Dino; 2) esvaziamento do PSDB, deixando Roberto Rocha falando sozinho.

A ruptura pode se configurar se o PSDB nacional avalizar a candidatura de Roberto Rocha ao governo e obrigar os tucanos a deixarem o Palácio dos Leões. Este cenário é palpável, considerando que o senador vem se colocando em clara oposição ao governador Flávio Dino.

Roberto Rocha sabe que perde a eleição em 2018, mas entra na fila para tentar ser governador do Maranhão no futuro.

Este futuro, porém, corre o risco de fracassar agora, caso ele não consiga a adesão do conjunto do partido. Bem acomodados nos cargos principais e nos penduricalhos do governo comunista, os tucanos graduados não querem correr o risco de uma aventura com Roberto Rocha.

Fato concreto, até agora, é que o ingresso de Roberto Rocha no ninho tucano já causa polêmica.

Conhecido como desagregador, ele já entra no partido incomodando. E pode acabar falando sozinho.

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