A MURALHA DE MICHEL TEMER

Ed Wilson Araújo

São Paulo, SP 17 de Abril de 2015. BRASIL ECONOMICO. Na foto o Vice presidente Michel Temer. Foto: Murillo Constantino

Só uma intensa mobilização popular, ocupando as ruas do país, com forte pressão sobre o Congresso Nacional, é capaz de derrubar o presidente Michel Temer (PMDB).

As centrais sindicais convocaram uma greve geral para o dia 30 de junho, com o objetivo de canalizar a insatisfação do povo diante do desemprego e das reformas trabalhista e previdenciária. Será um teste fundamental para medir a força dos movimentos sociais.

Na outra ponta do poder, o presidente Michel Temer forma um cerco de proteção praticamente imbatível.

O presidente reagiu com violência verbal à denúncia oferecida contra ele pelo Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, dando sinais de que a escolha do novo comando do Ministério Público Federal deve ser alinhada aos interesses do Palácio do Planalto.

Nos tribunais superiores, a figura do ministro Gilmar Mendes impede o avanço das investigações que atingiriam a base do Palácio do Planalto.

Dentro do Congresso Nacional, os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM); e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB), criaram uma força tarefa para bloquear qualquer tentativa de derrubar o Presidente da República.

Para além da proteção a Temer, os deputados e senadores denunciados por corrupção protegem a si próprios, criando uma barreira quase intransponível para as as investigações.

Sem apoio popular, o presidente costura uma teia de proteção entre as castas que comandam o país.

Com a saída de Janot da PGR, a Lava Jato terá um revés. Caminha para ser o começo do fim…

Em resumo, o presidente está protegido por uma corporação corrupta no Congresso Nacional, tem força nos tribunais superiores e, na escolha do novo PGR, vai aniquilar o grupo de Rodrigo Janot.

Michel Temer pode até não saber como Deus o colocou na Presidência da República, mas ele tem absoluta certeza do que fazer para não cair.

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