Umas verdades que precisam ser ditas

O texto é longo, mas não tinha como ser de outra forma. Ele esclarece muito e faz justiça também. Leia-o com atenção.

Tenho profundo respeito por meus leitores, incluindo os que discordam do que publico e até os que me criticam às vezes, nas redes sociais e em comentários no blog. Falo em críticas e não em ofensas como já fizeram alguns.

Convivo com essas situações há três décadas. Os fatos ocorrem porque sempre tive a coragem e franqueza de me manifestar sobre os desmandos de gestores araiosenses que ignoraram suas obrigações e trataram o que é do povo como coisas suas – não trabalhando no sentido de aproveitar as potencialidades de desenvolvimento do município

Alguns desses gestores chegaram ao poder graças também ao meu trabalho, que mesmo pequeno, foi importante e suficiente para que esses conseguissem os objetivos desejados.

Deixando de lado os do passado – que nem mais entre nós estão – quero me reportar sobre a situação atual onde a prefeita de Araioses é a senhorita Valéria Cristina Pimentel Leal, mas quem governa, quem manda e desmanda é o seu pai Manin Leal.

Manin Leal nasceu no bairro Comprida, em Araioses, mas logo novo ainda se bandeou para Santa Quitéria, no intuito de jogar futebol mas naquela cidade não fez carreira no futebol e sim na política, onde conquistou três mandatos de vereador e três de prefeito. Sobre Araioses, ele só mostrou vontade política quando esperto como é, percebeu que seu reinado naquela cidade estava apontando para o fim.

Aqui teve apoio incansável e fiel do atual vereador Raimundinho do Remanso, que até então não tinha obtido sucesso nas urnas, mesmo depois de duas tentativas com boas votações, uma em 2004 e outra em 2010. Hoje os dois estão rompidos, mas as divergências começaram ainda na pré-campanha de 2012 quando Manin Leal não honrou a palavra que assumira com ele (Raimundinho) de ser o candidato a vice-prefeito na chapa encabeçada por sua filha.

Raimundinho do Remanso não foi o único, mas foi o principal interlocutor entre eu e Manin Leal próximo das eleições de 2012.  A todos que me falavam do projeto de Manin Leal eleger a filha prefeita de Araioses eu alertava, principalmente a Raimundinho, onde eu dizia que Manin não era confiável, não era homem de cumprir palavra empenhada.

Mas como é de conhecimento de todos, as coisas evoluíram e acabei por entender que Manin Leal poderia proceder de forma diferente em sua terra natal e jamais pude imaginar que ele não usasse toda a experiência política que tinha, que não fosse no sentido de fazer da filha a melhor prefeita da região, motivo de referência positiva que poderia estender sua carreira política no estado, até porque ele estava e está inelegível por muito tempo ainda.

Não foi e não é isso que está ocorrendo, pois o povo araiosense de ponta a ponta do município sabe muito bem disso.

Também, que fique bem claro que diferentemente de outros, eu não participei da campanha vitoriosa de Valéria do Manin por dinheiro. Quem me conhece sabe que nunca fiz política na minha vida tendo que me vender a quem quer que for. Desafio a qualquer um com quem já militei na política afirmar o contrário.

Naqueles dias, mesmo indiretamente eu já estava envolvido na campanha de Valéria quando tive uma conversa com Manin no Baixão das Vassouras, em maio de 2012, num evento do Clube de Mães daquela localidade.

Entre outros que estavam próximos e ouviram a pequena conversa entre eu e Manin estava Mano Gonçalves, que vinha ser a seguir o candidato a vice-prefeito ao lado de Valéria do Manin. Ele já tinha tomado umas cervejas, mas creio que ele deve se lembrar que falei algo assim para o Manin:

– Manin, eu já estou envolvido na campanha de tua filha, se ela for eleita qual vai ser o meu papel na administração dela?

De pronto Manin me respondeu:

– Você vai ser o secretário de comunicação. Retruquei dizendo secretário só na portaria? O que ele me respondeu que não, que com ele era diferente, que eu iria ter apoio e todas as condições de fazer o meu trabalho.

Chegou ainda a afirmar que quem trabalhava com ele crescia e comigo não seria diferente.

A partir daquele dia eu entrei de corpo e alma na campanha em tempo integral, lutei com toda a força e determinação, chegando a ser o principal alvo de perseguição da ex-prefeita Luciana Trinta que via em meu trabalho no rádio e no blog principalmente, um obstáculo intransponível, pois ela sabia que nada poderia me fazer mudar no que eu estava fazendo.

Muitos ainda devem está lembrados de como eu, minha esposa e minha secretária enfrentamos Luciana Trinta, quando a título de direito de resposta, ela levou uma multidão que só não invadiu a Rádio Santa Rosa onde eu fazia o jornal, porque a enfrentei com determinação.

Dias depois, sábado, faltando menos de doze horas para iniciar as votações eu e minha esposa fomos covardemente espancados, em plena Praça Nossa senhora da Conceição, pelo irmão da prefeita e seus capangas, só não perdendo a vida porque Deus guiou uns companheiros da campanha de Valéria que estavam do outro lado da praça e quando viram o que acontecia se dirigiram para lá para nos socorrer.

Vencemos as eleições e mesmo antes da prefeita Valéria do Manin tomar posse, todas as conversas já diziam que eu não seria o secretário de comunicação, cargo prometido por Manin Leal. Tinha quem batia nos peitos e dizia que ele sim seria o nomeado.

Porém, Manin é mala como dizem, e viu logo que começar o governo da sua filha traindo que tanto lutou não ia ficar bem para a opinião pública. Soube que no festejo de Nossa Senhora da Conceição ele comunicou ao que pretendia o cargo, que ele me prometera, que não ficasse triste porque eu iria ser o secretário, mas que ele iria ganhar muito mais do que eu.

Verdade ou não, tenho acompanhado a evolução do que seria o secretário e pude perceber que sua vida mudou da água para o vinho.

A portaria de secretário saiu, mas para mim não passou de mais um papel, pois nunca foi dada a mim nenhuma condição de trabalhar minha pasta. Pelo contrário, logo passou a funcionar uma secretaria paralela, onde tudo que era de competência do secretário de comunicação foi feito por quem não era.

Mesmo tendo que conviver com essa humilhação fiz de tudo para promover a imagem da prefeita, de quem gostava muito, sendo criticado de forma injusta e maldosa por quem se dizia ser da oposição. Eu era o único secretário que pagava para trabalhar.

Nunca mereci da digníssima prefeita um único convite sequer para acompanha-la em atividades de seu governo fora da cidade e até aqui em Araioses, eu tinha que procurar adivinhar as coisas. Claro que tinha situações que o blogueiro aqui era convidado, pois era do interesse do Manin que isso ocorresse.

Para os que dizem que agora estou criticando a administração que fiquem sabendo que isso não é verdade, pois pessoalmente ao Manin, por diversas vezes alertei ele sobre a necessidade do cumprimento dos compromissos da campanha e lhe relatava o estado lastimoso que se encontrava o município e onde lhe cobrava providências.

Depois me cansei, e estava disposto a ficar até o último dia do mandato de Valéria do Manin, mesmo sabendo da pressão que era feita para que eu fosse exonerado.

Porém, o Unidos por Araioses se definiu pela pré-candidatura para prefeito de Araioses do Dr. Cristino Gonçalves de Araújo e do Bernardinho Almeida, o pré-candidato a vice-prefeito, onde se concretizava um movimento genuinamente araiosense como sempre defendi antes da chegada dos “invasores”.

Abri mão então do salário líquido de R$ 3.000,00 que entrava na minha conta todos os meses para me juntar em prol de uma proposta política que eu acredito ser a melhor para Araioses.

Se isso contraria os interesses e a vontade de quem pouco ou nada fez para “está de boa”, como dizem, nada posso fazer. Se nossa prefeitura está serviço desses que ocupam o lugar de quem lutou bravamente, amanhece e dorme aqui e esses desesperados vendo o chão sumir sob os pés e se irritam por eu não mais concordar em está servindo aos seus interesses, nada posso fazer.

Para mim, a política é uma ciência que deve ser administrada a serviço do bem comum.

4 pensou em “Umas verdades que precisam ser ditas

  1. Fico triste meu irmão ao ler e comprovar que mais uma vez o povo de Araioses é enganado e o que é pior, o povo não aprende que a força e o poder está com ele, E continua defendendo cretinos que têm como único interesse o bem próprio que só lembram do povo em período de eleição.

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