Sem a urna eletrônica corremos o risco de voltar aos tempos do voto “carretilha”

urna-eletronicaUm dos assuntos que tiveram destaque na imprensa nacional ontem foi a notícia de que por falta de dinheiro, as eleições municipais de 2016 serão realizadas manualmente.

Caso ocorra, será a primeira vez que isso acontecerá desde 2000, quando todo o eleitorado brasileiro começou a votar pelo processo eletrônico. Antes, em 1996, a urna eletrônica já tinha sido usada, mas apenas em uns poucos municípios brasileiros.

Pessoalmente, não creio que teremos que passar por esse terrível retrocesso.

Caso isso venha acontecer vamos correr o risco, aqui em Araioses, de termos gente com mandatos eleitos com a força do voto “carretilha”, método muito usado no passado em comunidades aonde essa prática era corriqueira.

Acompanhei o processo de apuração de algumas eleições, quando o voto era na célula de papel, onde vi candidato a vereador dizer que teria tantos votos naquela urna e ao final tinha mesmo.

Um caso que nunca esquecerei ocorreu nas eleições de 1992, em urnas do povoado Flecheiras, hoje município de Água Doce. Nessas só apareceram votos para um determinado candidato a prefeito e para o candidato a vereador de lá. Na cédula eleitoral o X no voto para prefeito e para vereador, além do nome e sobrenome do candidato o número também. Tudo letra muito bonita, letra de mulher, letra de professora.

A fraude naquele ano foi tamanha que o juiz, que presidiu o processo eleitoral, mandou incinerar os votos quando os prejudicados pediram a recontagem desses. Para consolo dos araiosenses o prefeito “eleito” fez a melhor gestão que Araioses já teve.

Como no dito popular: “Deus escreve certo por linhas tortas”.

Redutos como o citado acima, Carnaubeiras, Canárias, Baixões, Novo Horizonte, entre outros, o voto carretilha rolava solto.

O voto eletrônico embora não tenha impedido, por completo, a possibilidade da fraude – já ouve casos de um votar com o título de outro – mas é marca de avanço e modernidade.

Que o passado fique no passado, pois sem a urna eletrônica corremos o risco de voltar aos tempos do voto carretilha.

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