Eleições 2012 – Bolsa Família é maior em cidades do PSB

Quatro entre dez famílias recebem o benefício do governo federal nas cidades a serem governadas pelo PSB; nos municípios do PT, taxa é de três entre dez famílias

Partido que mais cresceu em 2012, o PSB elegeu prefeitos em cidades que tem a mais alta taxa de cobertura do Bolsa Família no Brasil entre os grandes partidos. Na média, 44% das famílias recebem esse auxílio federal nos municípios onde o PSB venceu. Por comparação, a taxa para o PT, responsável no âmbito federal pelo programa de transferência de renda, é de apenas 33%.

“A população que recebe o Bolsa Família não está achando que isso é um favor do governo. Do contrário, teria votado no PT, não no PSB”, diz o secretário nacional do PSB, Carlos Siqueira. “Essa cobertura, no caso da eleição municipal, não representou uma adesão imediata da população aos candidatos do governo federal. No Nordeste, o PT teve um desempenho muito aquém do que se esperava”.

Nas eleições presidenciais de 2010, as regiões mais atendidas pelo Bolsa Família penderam para a então candidata do PT, a presidente Dilma Roussef. Quanto maior a cobertura do programa no município, maior foi a votação de Dilma e menor a de José Serra. Nas eleições municipais de 2012, a correlação não voltou a se repetir em favor do PT.

PSB é o partido que tem a maior taxa de cobertura do Bolsa Família
A alta cobertura do Bolsa Família nos municípios que serão governados pelo PSB se explica em parte pela força do partido na região Nordeste, a que mais recebe o benefício. Metade das famílias cadastradas no programa estão nos dez estados nordestinos. Dos 440 prefeitos eleitos pelo PSB, 264 estão na região. No caso do PT, são 188.

No Piauí, estado onde o PSB elegeu o segundo maior número de prefeitos, a média de cobertura do Bolsa Família chega a 62% das famílias. Em Pernambuco, do presidente do partido, o governador Eduardo Campos, é de 55%.

Renda. A alta cobertura do Bolsa Família também é um indicativo da dependência dos municípios dos recursos públicos federais. Segundo Siqueira, a executiva nacional do PSB não pretende negociar diretamente com o governo federal a liberação de recursos para as cidades onde a sigla foi eleita. A estratégia seria orientar os prefeitos eleitos a buscar recursos no Planalto, “já que os municípios são esvaziados em termos de recursos”.

Além da maior cobertura do Bolsa Família, o PSB governará as cidades com menor média de renda domiciliar per capta: R$ 1159. O valor fica abaixo do PSDB (R$ 1483), do PMDB (R$ 1428) e do PT (R$ 1423). A sigla de Eduardo Campo fica na 21a colocação entre os 26 partidos eleitos. “O desafio é dobrado quando se governa uma cidade com uma população muito pobre. A exigência do estado e a cobrança dos prefeitos é ainda maior”, pontua Siqueira./ AMANDA ROSSI, JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO, DANIEL BRAMATTI, DIEGO RABATONI E VITOR BAPTISTA.


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